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Foto: makabera (Pixabay), CC 0

Ameaça do Degelo Acentua Risco Global e Impacta Portugal

Aumento na temperatura global além da meta de 1,5°C agrava derretimento de calotas polares, elevando o nível do mar e ameaçando zonas costeiras, incluindo Portugal.

Um aumento de 1,5 graus Celsius na temperatura média global – a meta almejada pelo Acordo de Paris – pode não ser suficiente para evitar desastres provocados pelo aquecimento global, segundo novos estudos publicados na “Communications Earth and Environment”. Estes alertam para um cenário de degelo acelerado das calotas polares, o que resultaria em uma perigosa subida do nível do mar, ameaçando milhões de vidas.

Portugal em Risco

Em Portugal, diversas regiões costeiras estão em risco devido ao aumento do nível do mar. Áreas como a Reserva Natural do Estuário do Tejo e o Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão, estão identificadas em mapas de risco pela sua vulnerabilidade a inundações com apenas um metro de subida do nível do mar.

Cientistas destacam que atualmente, cerca de 230 milhões de pessoas vivem a menos de um metro do atual nível do mar. Com a tempo média a caminho de atingir até 2,7 graus Celsius, as consequências podem ser devastadoras, levando a migrações forçadas e colapsos de economias locais em zonas costeiras.

Cientistas e Estudos sobre Consequências

Chris Stokes, do Departamento de Geografia da Universidade de Durham, sublinha que as condições atuais já são alarmantes. Mesmo que o aquecimento global fosse revertido, levaria séculos para os glaciares recuperarem. Estudos revelam que se os níveis globais continuam a ascender, o mar pode subir até 76 centímetros, ou mais sob cenários de emissões elevadas.

“Os lençóis de gelo estão a perder massa com o atual aquecimento de 1,2 graus Celsius, e a subida do nível do mar está a acelerar para taxas que seriam difíceis de contornar durante a vida de muitos dos nossos jovens”, afirma Stokes.

Impactos Econômicos Globais

A subida do mar apenas 20 centímetros até 2050 pode gerar danos financeiros imensos, estimados em pelo menos um bilião de dólares por ano. Este cenário de inundações ameaça vidas e economias em várias das maiores cidades costeiras do mundo.

Jonathan Bamber, da Universidade de Bristol, ressalta a importância de definir um “limite seguro” para a temperatura das calotas polares, estipulando que um centímetro de subida anual do nível do mar pode ser o limite viável para evitar migrações catastróficas.

O Futuro das Calotas Polares

Novas investigações mostram que ultrapassar 1,5 graus Celsius irá provavelmente causar perdas irreversíveis nos glaciares, com o degelo a ser alimentado por temperaturas do ar e oceânicas mais quentes. Vista como uma emergência global, os cientistas exigem rápidas medidas governamentais para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.

Investigações do projeto ‘Provide’, financiado pela União Europeia, revelam ainda que muitos glaciares, especialmente em montanhas, não mostrarão sinais de recuperação até 2500. Esta indicação reforça a urgência de controlar o aquecimento global, apresentando um futuro onde a adaptação pode se tornar mais desafiadora do que nunca.

Resumo da Tendência

As evidências são claras de que o atual cenário de aquecimento global coloca em risco não apenas o ambiente natural, mas também as comunidades humanas em várias partes do mundo. Na Europa, Portugal é um dos países identificados em mapas de risco com potenciais impactos dramáticos, requerendo atenção imediata e ação concertada para mitigar as projecções científicas sobre o futuro do planeta.

Este artigo foi produzido com base nas seguintes fontes: https://www.publico.pt/2025/05/20/azul/noticia/meta-15c-nao-trava-degelo-ameaca-milhoes-vidas-portugal-mapa-risco-2133610, https://expresso.pt/sustentabilidade/ambiente/2025-05-20-subida-do-nivel-do-mar-vai-provocar-migracao-catastrofica-para-o-interior-ainda-durante-o-tempo-de-vida-dos-nossos-jovens-2b3d8341 e https://24.sapo.pt/noticias/glaciares-levarao-seculos-a-recuperar-mesmo_682c5ab9199b2f31cdf079d2

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