O Partido Comunista Português (PCP) apresenta moção de rejeição ao programa de direita, apontando ameaças a serviços públicos essenciais e direitos laborais. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vê a moção como uma clarificação e continua encontros para assegurar estabilidade governativa.
O cenário político português volta a agitar-se com o anúncio do Partido Comunista Português (PCP) de uma moção de rejeição ao programa do ainda não formado Governo da Aliança Democrática (AD), composta pelo Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático e Social – Partido Popular (CDS-PP). A decisão, anunciada por Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, aponta preocupações significativas em relação às intenções do novo Governo de direita.
Razões para a Rejeição
Paulo Raimundo defendeu que o programa que se adivinha, terá um forte impacto negativo sobre serviços públicos essenciais e direitos laborais, mencionando concretamente a possibilidade de privatizações, a alegada “assalto à Segurança Social”, o “desmantelamento do SNS” (Serviço Nacional de Saúde) e “alterações às leis laborais”. O líder comunista garante que a moção não pretende apenas ser um obstáculo, mas sim uma barreira contra o “retrocesso” social que acredita ser iminente.
Perspectiva Presidencial
Em declarações à CNN Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a postura do PCP não constitui uma surpresa e que até traz uma certa “clarificação” ao panorama político atual. Em encontros que teve recentemente com os líderes partidários, Marcelo evidenciou que o denominador comum é procurar estabilidade no próximo ciclo governativo.
O Presidente sublinhou que não previu qualquer problema com a moção de rejeição, dada a tradição parlamentar do PCP de manter posições firmes deste teor. Ele reiterou que todos os encontros decorreram num ambiente positivo e que as reuniões se prolongarão, inclusivamente com uma nova sequência agendada para a próxima semana, dias antes da eventual formalização do executivo.
Contexto das Conversações
Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se no meio de uma série de encontros com os principais líderes políticos em Portugal. A reunião com o secretário-geral cessante do PS, Pedro Nuno Santos, foi descrita como simbólica e de despedida, tal como a audiência com o líder do Chega.
Estes encontros são parte de um esforço coordenado para assegurar que, até ao dia 10 de Junho, haja um Governo formado e funcional. No entanto, as condições exatas de cooperação entre os partidos dentro e fora da AD permanecem indeterminadas.
Imprudência ou Estratégia?
No meio deste debate intenso, Luís Filipe Menezes, ex-líder do PSD, referiu à Rádio Observador que qualquer aprovação do PS a uma moção de rejeição seria “suicídio político”. Ele considera a iniciativa do PCP um desafio para o PS, obrigando-o a pesar a sua influência e posição no novo cenário governativo.
Com as legislativas concluídas e a atenção voltada para cada jogada política, líderes e partidos avaliam decisões cautelosamente enquanto o país aguarda a definição oficial do novo Governo. A tendência, por enquanto, aponta para esforços contínuos de negociação e diálogos multipartidários em busca de uma estabilidade política essencial.
Este artigo foi produzido com base nas seguintes fontes: https://www.publico.pt/2025/05/20/politica/noticia/pcp-avanca-rejeicao-programa-governo-hoje-ha-razoes-acrescidas-2133728, https://expresso.pt/politica/eleicoes/legislativas-2025/resultados/2025-05-21-condicoes-para-arrancar-marcelo-diz-que-reunioes-em-belem-correram-bem-e-nao-ve-problema-na-mocao-do-pcp-ba2e298b e https://observador.pt/programas/explicador/ps-aprovar-mocao-de-rejeicao-ao-governo-seria-suicidio/