Port au Prince
Foto: Port-au-Prince, Flickr user mellagi, licenciada sob CC BY-NC-ND 2.0

Violência de Gangues em Port-au-Prince Impera em 90% da Cidade Provocando Deslocamentos em Massa

Em Port-au-Prince, a capital do Haiti, cerca de 90% da cidade é controlada por gangues, forçando milhares a fugir para campos improvisados de deslocamento. O repórter registou momentos de tensão quando automóveis blindados da polícia enfrentaram tiroteios intensos na zona dominada pelo infame criminoso Jimmy Cherizier, conhecido como “Barbecue”.

Em Port-au-Prince, capital do Haiti, a situação é de caos e violência, com cerca de 90% da cidade sob o domínio de gangues armadas, o que tem forçado milhares de residentes a abandonar as suas casas, procurando refúgio em campos de deslocamento superlotados. Num ambiente onde tiros e confrontos são quotidianos, a equipa de reportagem da Sky News capturou imagens intensas de um cenário que espelha um estado de guerra.

Durante a manhã de terça-feira, próximo da movimentada “Airport Road”, famílias que levavam as crianças à escola correram para se abrigar assim que tiros automáticos ecoaram de um veículo da polícia. O alvo eram as forças de segurança, que avançavam em direcção ao território controlado por Jimmy Cherizier — mais conhecido como “Barbecue” —, um ex-agente da polícia com uma reputação temida local e internacionalmente.

As forças de segurança, desesperadas por desmantelar a influência de Barbecue, enfrentam ataques regulares dos membros da sua gangue. Durante a observação da situação no local, a Sky News testemunhou o momento em que um dos veículos blindados da polícia foi atingido, forçando-o a recuar para prevenir mais estragos e evitar a exposição dos agentes a um perigo mortal.

Conforme relatado pela correspondente principal da Sky News, a vida em Port-au-Prince tornou-se insuportável para muitos. A margem de segurança na cidade é estreita, e a movimentação dos residentes é restrita às poucas áreas que não caíram sob o domínio das gangues. As estradas que eram antes repletas de carros estão agora desertas, exceto pelas esporádicas incursões policiais.

Nos campos de deslocamento, a situação de penúria é agravante. Um exemplo é Barbara Gashiwi, que foi forçada a dar à luz a sua filha Jenna num improvisado abrigo em plástico, após ser expulsa de sua casa ainda grávida. Barbara, assim como muitos outros nos campos, expressou a falta de esperança de um retorno seguro ao lar, declarando que entregou sua casa sob ameaça de armas.

Na cena política e internacional, discursos encorajam maiores intervenções, mas poucos resultados concretos têm sido percebidos. O ministro dos Negócios Estrangeiros de São Cristóvão e Nevis, Denzil Douglas, sublinhou que a crise violenta em Haiti deveria ser uma prioridade global, comparando a gravidade da situação com zonas de guerra reconhecidas mundialmente, como Gaza.

Reitera-se o apelo à comunidade internacional para que adote uma postura clara e solidária, especialmente no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É defendida uma ação urgente para estabilizar a região e fomentar instituições democráticas. Em meio a um cenário tão desolador, o futuro de Port-au-Prince, e do Haiti como um todo, permanece debaixo de uma nuvem de incerteza, aguardando por soluções práticas e efetivas que possam trazer paz e segurança à nação.

Este artigo foi produzido com base nas seguintes fontes: https://news.sky.com/story/90-of-port-au-prince-controlled-by-gangs-as-thousands-forced-into-heaving-displacement-camps-13368885, https://reliefweb.int/report/haiti/haiti-crisis-remains-underfunded-humanitarian-crisis e https://www.winnmediaskn.com/foreign-affairs-minister-denzil-douglas-highlights-grave-security-crisis-hindering-haitis-democratic-progress/

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